“Não detenhas para comigo, Senhor, as tuas misericórdias; guardem-me continuamente a tua benignidade e a tua verdade” (Salmo 40.11).
O pedido do salmista era triplo: ele precisava das misericórdias do Senhor, bem como de Sua benignidade e Sua verdade. Então, orou para que elas não fossem detidas. É bom orarmos pelo mesmo motivo, porque, se as misericórdias do Pai não nos alcançarem, estaremos perdidos; afinal, somente elas são a causa de não sermos consumidos (Lamentações 3.22). De fato, elas fazem com que o nosso Deus olhe para nós com compaixão, e não como merecemos, porque, às vezes, nós nos extraviamos e somos levados a pensar, fazer ou desejar coisas que, se não fosse esse atributo divino, estaríamos perdidos.
Quem tem juízo busca as misericórdias celestes e, se necessário, “apela” como pode para não ficar sem elas. Assim também devemos fazer com todas as bênçãos de que precisamos. Aliás, lutar com Deus é uma virtude que chega a ser elogiada pelo próprio Senhor. Exemplo disso é que Ele não ficou triste com Jacó quando este lutou com Ele e prevaleceu (Gênesis 32.22-32).
Não podemos deixar de pleitear os nossos direitos, invocar o Senhor e “espernear” se preciso for. O importante é não ficarmos fora da área de ação do nosso Pai! Devemos esforçar-nos para conseguir tudo o que o Ele tem para nos dar. Isso não quer dizer que Ele deixará de nos dar atenção se não nos desesperarmos em pedir, mas, por sermos humanos e, muitas vezes, não estarmos sintonizados, precisamos lutar. A verdade é que, quando estamos em comunhão, os nossos desejos são atendidos (Salmo 37.4).
O salmista também pediu que a benignidade do Senhor o guardasse continuamente – não de vez em quando, mas a todo o momento. Ele sabia que facilmente podia ser envolvido por alguma tentação, e, assim, o inimigo iria afastá-lo dessa ajuda divina de suma importância. Meu irmão, faça isso você também, a menos que não se importe em não ter a mão de Deus operando em seu favor nem com o que lhe pode acontecer de ruim.
O autor desse Salmo acrescentou aos seus dois pedidos um terceiro: que a verdade do Senhor o guardasse. Todos têm as suas verdades, mas a de Deus é a única que prevalece, pois ela não tem nenhuma contaminação. O Senhor é puro e, quando decide algo, Ele o faz de modo imparcial. Sua decisão foi amar-nos, mesmo sabendo de nossas fraquezas, nossos defeitos. Ele Se empenhou em enviar Seu Filho para morrer a fim de que o sangue puro do Seu Unigênito nos comprasse para Ele. Agora, não é a nossa justiça que nos dá méritos diante do Altíssimo, mas a Verdade real e única que nos elegeu em Cristo.
Não somos aceitos e guardados pelo Senhor por nossas ações, de acordo com o nosso mérito, mas, sim, pelo Seu grande amor, que nos comprou, e por Sua inquestionável Verdade. Graças a Deus por essa bênção!
Em Cristo, com amor,
R. R. Soares
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