segunda-feira, 2 de março de 2009

NOSSOS MEDOS DE CADA DIA


Estava pensando em nossas batalhas diárias. São tantas... Ao acordar já enfrentamos chamadas, compromissos, reclamações, contas para pagar, problemas nossos e alheios, notícias que vemos na mídia, enfim... não sei como os nossos corações suportam tanto sobressalto. É preciso ser corajoso para viver, para não adoecer e aqui ainda está valendo a lei de seleção das espécies: Ficam os mais fortes.
Se o homem das cavernas enfrentava perigos absurdos, o homem moderno potencializou esses perigos, elevou-os a décima potência e ainda os tornou invisíveis. As vezes estamos lutando e nem vemos o nosso opositor.
Vicente Madoz fala de 10 medos principais do homem moderno: IRRACIONALIDADE, LOUCURA, DOENÇA, SOFRIMENTO, VELHICE, MORTE, FRACASSO, DESAMOR, SOLIDÃO, SILÊNCIO.
Hoje vou falar um pouco sobre o SILÊNCIO.” Não suportamos a ausência de informação. Ouvir, mais do que escutar, tem se estabelecido como uma parte consubstancial do nosso dia-a-dia“. Existem pessoas que têm medo do silencio. Entram em casa e ligam todos os aparelhos sonoros que possuem, as vezes não se fixam em nenhum, mas o barulho faz companhia e afasta o sentimento de solidão.
Às vezes buscamos nas gargantas alheias palavras que ficamos depois repassando como fofocas e cria-se uma rede de intrigas que nem o maior sistema de informação mundial consegue desemaranhar. Os celulares chegaram com toda força para quebrar os silencios e existem pessoas que possuem tres ou mais aparelhos que as vezes tocam ao mesmo tempo causando torpor e prazer. Mp3, mp4, Ipods, tvs portáteis, e outros aparelhos se tornaram apêndice de corpos. Vivemos carregando barulhos em nós. E dentro de nós, o que temos?
É preciso interpratar o silêncio . Ele pode ser danoso ou curador. Existem silêncios de aprovação, silêncios de desaprovação. Existem os silêncios da falta de aprovação, os de punição, os premonitórios, aqueles que nos punem , os de espanto, de pirraça e aqueles que realmente existem sem nenhum motivo, apenas estamos vazios de palavras.
Mas não devemos ter medo do silêncio na medida em que” ele é necessário para penetrar até o mais profundo de nós mesmos”.
O medo do silêncio acaba sendo, no final um medo fantasmagórico, irreal, ilógico. Um temor alimentado de preconceitos e de fantasias. Não é bem assim, O silêncio nos propicia o auto conhecimento e a autocriação...

Saudações!


Ivone Prates


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